Manacapuru – Iranduba
Hiram
Reis e Silva, Manaus, Amazonas, 11 de março de 2013.
“Há mais pessoas que desistem do que pessoas
que fracassam”. (Henry Ford)
Estava fotografando e realizando
algumas filmagens do alto da escadaria que conduz ao tobo-água do Paraíso
D’Angelo quando fui surpreendido com o irritante ruído de um jet-ski que
cruzava o Lago velozmente. É impressionante notar a omissão e mesmo a
conivência das autoridades ligadas ao meio-ambiente em relação a estes
rapinantes motorizados, por isso, vale a pena reproduzir, novamente, a minuta
que relata de maneira enfática os danos produzidos por estes equipamentos.
- Infrações Ambientais do Jet-ski
Fonte: Minuta Sobre o Jet-Ski no Capingui
Os
jet-skis possuem motores de “dois tempos”,
altamente poluentes, que lançam junto com o jato do turbo em torno de 10 (dez)
litros de gasolina com óleo na água em aproximadamente 2 (duas) horas de
tráfego. Conforme estudo da California Air Resources Board, órgão que controla
a poluição nos Estados Unidos, os jet-skis potentes e desregulados jogam até
30% do combustível misturado ao óleo diretamente na água, sem queimar,
aumentando consideravelmente os indicadores poluentes. Se apenas 10 jet-skis
andarem duas horas no final de semana, serão 100 (cem) litros de gasolina com
óleo lançados. Os jatos dos jet-skis, além de poluírem e atingirem as encostas
e margens revolvem os sedimentos do fundo, impregnando-os com o óleo, sem que
se possa removê-lo posteriormente; se transformam em resíduos permanentes.
Consequentemente, o fundo passa a ser composto pelo sedimento e pelo poluente
lançado pelo turbo. Esse crime ambiental se agrava com as manobras de “empinamento”, “cavalos-de-pau”, dos pilotos de jet-ski, os quais fazem com que os
jatos incidam diretamente no fundo, com o revolvimento completo de seus
sedimentos, em especial nas demonstrações em águas rasas. Por essa razão, onde
os jet-skis andam, as águas ficam “barrentas”.
Em concentrações de jets, em áreas com profundidade média de 12 metros , já se
comprovou a formação de “áreas barrentas”.
Fato gravíssimo é que o jet-ski funciona como um “misturador” nas áreas em que trafega. Todos os poluentes lançados
pelas demais embarcações - e que permanecem flutuantes - são revolvidos e,
quando os turbos remexem os fundos ou as margens, são também misturados com os
sedimentos. A violência dos turbos rebenta os ovos dos peixes e mata os
alevinos.
Os
jet-skis são máquinas de múltiplos impactos, pois, conforme os últimos modelos
podem alcançar mais de 100
km/h . Até a sua invenção não se conhecia outra máquina
em termos de poluição sonora, poluição da água, problemas à natureza e
segurança nas vias navegáveis. Além da gravidade da poluição do meio ambiente,
os jet-skis produzem ruídos na faixa de 85 a 105 dB (decibéis). Os indicadores de saúde
recomendam protetores auriculares em ambientes com nível acima de 85 dB. Além
disso, quando o jato sai para fora d’água, o ruído muda de intensidade e tom,
reproduzindo o ruído de moto-serra. O ruído perturba muito mais do que sons
constantes. Além de prejudicial aos humanos, conforme Joanna Burger, da
Universidade Rutgers de Nova Jersey, o ruído dos jet-skis assusta e espanta os
animais 6 (seis) vezes mais do que barcos com motor de popa.
- Partida para Iranduba (09.03.2013)
Como Iranduba ficava a pouco mais de
quatro horas de remo desde o Lago Miriti, resolvemos tomar o café no Paraíso
D’Angelo antes de partir, não havia pressa em deixar as confortáveis
instalações do Paraíso D’Angelo. Aprontamos as embarcações para partir logo
após o café e ficamos aguardando o café que foi servido pontualmente às 07h30.
O amigo D’Angelo, e seu secretário foram gentilmente se despedir dos
expedicionários. O Mestre João Saraiva D’Ângelo é um destes homens à frente de
seu tempo capaz de planejar e/ou executar os mais diversos projetos das mais
diversas áreas ao mesmo tempo.
Partimos, sem pressa, admirando a
beleza natural do Lago Miriti, que infelizmente tem sofrido, ao longo dos anos,
com as investidas humanas e descaso das autoridades. Depois de quatro horas de
remo aportamos em Iranduba. Ao lado do Porto construído pelo DNIT telefonei
para meu amigo e irmão General Fraxe para lhe expressar meu apoio. O General
Fraxe, agora à frente do DNIT, não foi promovido a General de Exército, disse-lhe
que o Exército Brasileiro perdia a oportunidade de ter em seus quadros um
Oficial General da mais alta estirpe, mas que, em contrapartida, ganhava o
Brasil por poder continuar contando com seus serviços ligados à nossa carente
infra-estrutura de transportes.
A PM que nos alojou no seu
aquartelamento e depois de instalados fomos almoçar no restaurante “O Canoeiro”, escolhido não por seu
sugestivo nome, mas pela proximidade física do quartel da PM. Fizemos contato
com o senhor José Raimundo, conhecido como “J.
Raí”, que nos entrevistou na Praça principal da cidade e mais tarde nos
acompanhou até a farmácia do Levenílson Mendonça da Silva, o “Lei”, que na descida do Solimões nos
acompanhara numa visita ao sítio Hatahara onde estavam realizando escavações
arqueológicas.
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