Anamã – Manacapuru
Hiram
Reis e Silva, Manacapuru, Amazonas, 08 de março de 2013.
Em Manacapuru costumam dizer que:
“Quem bebe a água do Meriti nunca mais sai daqui”
“Quem bebe a água do Meriti nunca mais sai daqui”
- Partida para Manacapuru (07.03.2013)
Acordamos mais tarde, às 05h00, o braço
do Lago Anamã que permite acessar o Rio Solimões precisava ser abordado com um
mínimo de luz para podermos vislumbrar as curvas e optar por remar pela parte
de dentro das mesmas evitando a correnteza forte que iríamos encontrar por
aproximadamente 4,5 km .
Não solicitamos apoio motorizado da PM tendo em vista que a distância do hotel
até nossas embarcações era relativamente pequena. Partimos às 05h40min,
enfrentando uma considerável correnteza contra, mantendo uma média de 4,0km/h
durante quase uma hora que levamos para atingir a sua Boca no Solimões.
A chuva intermitente da tarde
anterior intensificou-se durante a madrugada e nos acompanhou durante todo o
trajeto. Avistamos uma grande Ilha defronte a Manacapuru por volta das 11 horas,
antigamente conhecida pelo nome de Ilha de Manacapuru, que foi engolida e
levada pelas águas na década de 60. Vinte anos depois, o Rio iniciou sua reconstrução
com uma grande praia, hoje conhecida pelo nome de Ilha de Santo Antônio.
Eu havia locado a Boca do Lago
Miriti no meu GPS, mas acostumado com as ações tumultuárias do Solimões enviei o
Mário à minha frente para confirmar com os moradores a localização exata.
Chegamos junto à Boca do Miriti confirmando a posição exata obtida no Google
Earth.
Notamos a pujança do Lago depois de remarmos
algumas centenas de metros ao observar que as águas se tornavam cada vez mais
negras mostrando que o belo Lago não havia se deixado contaminar pelas barrentas
águas do Solimões. Navegamos lentamente admirando essa pérola de Lago que atrai
tanto os turistas à região. Nosso destino final era o Complexo Turístico
Paraíso D”Ângelo.
- Manacapuru
Manacapuru é uma palavra de origem
indígena derivada das expressões Manacá e Puru. Manacá é uma planta que
significa, em tupi, Flor. Puru, da mesma origem, quer dizer enfeitado,
matizado. Logo, Manacapuru quer dizer “Flor
Matizada”.
Manacá-de-cheiro (Brunfelsia hopeana) - é
extremamente perfumado e suas flores mudam de cor. Inicialmente elas são
azul-arroxeadas e vão, lentamente, com o passar dos dias, clareando até
tornarem-se brancas. Durante a floração, que ocorre na primavera e verão, as
flores apresentam um colorido de diversos matizes. É um arbusto que pode
atingir três metros de altura.
- Paraíso D’Angelo
Dentre as várias opções de
ecoturismo, ou locais agradáveis que existem na nossa imensa Amazônia, um,
dentre todos, se destaca que é o “Complexo
Turístico Paraíso D’Ângelo”, às margens do Miriti, com uma infraestrutura
que inclui hotel, restaurante, cabanas, tobo-água, dentre outras. O ponto alto
do Complexo e que mais chama a atenção é a serenidade de cada um de seus
integrantes a começar pelo amigo D’Ângelo. Conversar com o senhor João Saraiva
D’Ângelo, que se caracteriza como um “italiano-cearense-amazonense”
(Itaceam) é um privilégio. Os entalhes do hotel “Itaceam”, o bom gosto da decoração do restaurante são realmente
encantadores e em cada um destes lugares a marca D’Ângelo está presente.
Quando entrei em contato com o amigo
D’Ângelo para dizer da nossa intenção de conseguir que a Prefeitura de Manacapuru
patrocinasse nosso pernoite e alimentação nas suas instalações ele se ofendeu
dizendo que eu e minha equipe éramos convidados pessoais dele. À noite, em
entrevista à AmazonSat eles me perguntaram onde a minha expedição se encontrava
e eu respondi no Paraíso e não estava mentindo.
-
Festival das Cirandas
A Ciranda é uma dança em que os
participantes, de mãos dadas, imitam o ondulado suave das ondas do mar. De
origem portuguesa, é dançada em rodas e a música e a letra, originalmente
lusitanas, foram totalmente abrasileiradas. A Ciranda chegou ao Brasil-Colônia
pelas praias pernambucanas e, no final do século XIX, a Ciranda nordestina foi
incorporada às manifestações culturais do Amazonas por Antônio Felício, na
Cidade de Tefé. No início da década de 80, o senhor José Silvestre do
Nascimento e Souza e a professora Perpétuo Socorro, organizaram a primeira
Ciranda no Colégio Nossa Senhora de Nazaré, em Manacapuru. Com o passar dos
anos, a pequena manifestação local ganhou notoriedade no cenário folclórico
regional e nacional e, em decorrência disso, foi criado, em 1997, o Parque do
Ingá, destinado exclusivamente às Cirandas. A criação do anfiteatro, com
capacidade para vinte mil pessoas, precipitou a idealização de um festival
próprio, dirigido unicamente à apresentação das Cirandas. No mesmo ano da
criação do Parque do Ingá, foi realizado o “I
Festival de Cirandas de Manacapuru”, contando com as Cirandas Flor
Matizada, Tradicional e Guerreiros Mura, quando então foi estabelecida uma data
fixa para a realização do mesmo, o último final de semana do mês de agosto,
sendo destinada uma noite para a apresentação de cada Ciranda.
- Encerramento dos Trabalhos de Campo da Expedição
GBM
Convidamos
aos amigos que acompanharam fielmente nossa jornada cívica a comemorar nossa
chegada às 15 horas, do dia 10 de março de 2013, no porto do Centro de
Embarcações do Comando Militar da Amazônia. Participe e\ou convide seus amigos
a fazer parte da escolta fluvial no Rio Negro ou do congraçamento nas
instalações do CECMA.
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