MAPA

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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Município de Humaitá

Município de Humaitá


Humaitá, gente boa e altaneira;
A seus pés a correr vai o Madeira,
Troncos, ilhas, levando ao Rio mar...

Dentro da Hiléia, farta de riquezas,
Esta cidade é um cromo de belezas,
De povo bom, feliz, a trabalhar.

-  Humaitá, AM

Município conhecido pelo apelido de “Princesa do Madeira”, situado da região Sul do Estado do Amazonas, à margem esquerda do Rio Madeira e no entroncamento das rodovias Transamazônica e BR 319 (Porto Velho - Manaus). É o primeiro Município do Amazonas que pode ser acessado por rodovia asfaltada por viajantes oriundos do Centro-Sul.

-  Comendador Monteiro e a Fundação de Humaitá

Em 19 de março de 1830, nascia na cidade do Porto, em Portugal, José Francisco Monteiro. Em 1840, a família veio para o Brasil e radicou-se em São Luis do Maranhão. Trabalhando como representante comercial foi transferido para Belém do Pará, em 1865, e, mais tarde, em 1869, para o Rio Madeira. Há alguns quilômetros a montante da atual cidade de Humaitá na localidade conhecida como Pasto Grande estabeleceu-se como seringalista comercializando além da borracha outros produtos regionais. Pasto Grande era fustigado constantemente pelos índios Parintintins forçando Monteiro, no dia 14 de maio de 1869, a buscar, rio abaixo, outro local que oferecesse melhores condições de trabalho e segurança. Ao entardecer aportaram em um aprazível local, onde o rio era largo e permitia, de suas margens, visualizar a aproximação de qualquer embarcação que estivesse subindo ou descendo o Rio. No dia seguinte, 14 de maio de 1869, ao alvorecer, Monteiro e seus seringueiros desembarcaram e iniciaram a construção das novas instalações. Já existiam algumas barracas no local o que propiciou acomodações provisórias. A Lei Provincial n° 790, no dia 13 de novembro de 1888, estabelece a sede da Freguesia no local denominado Humaitá, com a denominação de “Nossa Senhora do Bem de Humaitá”. O Decreto n° 31, de 04 de fevereiro de 1890, cria o Município, desmembrado do Município de Manicoré, neste mesmo ano o Comendador foi nomeado primeiro Superintendente de Humaitá sendo renomeado nos anos de 1902, 1908 e 1913. Faleceu José Francisco Monteiro em Humaitá no dia 10 de outubro de 1917.

-  Cronologia Histórica

1693   -  a responsabilidade pela catequese dos índios da bacia do Rio Madeira, conforme a Carta Régia, de março, foi entregue aos jesuítas que encontraram sérias dificuldades para cumprir sua missão tendo em vista as investidas dos índios “Muras”, só pacificados no final do século XVIII.

1891   -  no dia 04 de outubro, o Decreto Estadual n° 95-A, cria a Comarca e a Lei n° 90, eleva a vila de Humaitá à categoria de Cidade.

1911   -  a divisão administrativa de Humaitá figura com cinco Distritos: Humaitá, Lago Cunitiá, Três Casas, Cavalcante e Santo Antônio.

1913   -  a Lei Estadual n° 74, de 30 de outubro, desmembra de Humaitá o território do Município de Porto Velho.

1920   -  o Município de Humaitá é constituído de cinco distritos: Humaitá, Mirari, Três Casas, Missão de São Francisco e Foz do Rio Javari.

1933   -  o município figura apenas com um Distrito, o de Humaitá.

1938   -  o Decreto-Lei Estadual n° 176, de 01 de dezembro, cria o Distrito de Calama.

1944   - o Decreto-Lei Federal n° 6.550, de 31 de maio, Calama passa a ser Município de Porto Velho, Território Federal de Guaporé (hoje Rondônia).

1981   -  a Emenda Constitucional n° 12, de 10 de dezembro, transfere parte do território de Humaitá para o novo Município de Auxiliadora.

-  Aspectos Geográficos

A altitude do Município é de 90 m acima do nível do mar, com uma área territorial de 30.066 Km², situado logo abaixo da linha do equador, possui clima quente e úmido com uma temperatura média em torno dos 26,3° C.


-  Atividades Econômicas

Setor Primário

-  Agricultura: arroz, feijão, milho, soja, mandioca e guaraná. É o maior produtor de arroz do Estado do Amazonas e pode se tornar o maior produtor de soja do Norte do país.

-  Pecuária: bovinos e suínos, com produção de carne e leite para o consumo local.

-  Avicultura: criação doméstica, voltada para o consumo familiar.

-  Extrativismo Vegetal: exploração da castanha, borracha, goma não elástica e madeiras, além de óleo de copaíba.

-  Zooextrativismo: pesca tradicional de sobrevivência.

-  Geoextrativismo: ouro extraído do leito do Rio Madeira. Na vazante torna-se a principal atividade de milhares de pessoas.

Setor Secundário

Indústrias: serrarias, padarias, fábricas de estruturas metálicas, fábricas de gelo e olarias.

Setor Terciário

Comércio: varejista e atacadista.

Serviços: supermercado, hotéis, pensões, agências bancárias, mercado municipal.

-  Eventos

A principal festividade da cidade é a realizada em honra à sua padroeira – Nossa Senhora da Imaculada Conceição.



Fontes:
ALMEIDA, Raimundo Neves de - Retalhos Históricos e Geográficos de Humaitá: Documentário Histórico de Humaitá 1869 a 1970. Brasil - Porto Velho, 2005.
CORREA, Maria Teresinha - Princesa do Madeira: os Festejos entre Populações Ribeirinhas de Humaitá - AM. Brasil - São Paulo - Editora Humanitas, 2008.



Humaitá, AM

Humaitá, AM


Não é um aquífero, que é uma reserva de água sem movimentação. Nós percebemos movimentação de água, ainda que lenta, pelos sedimentos. (Valiya Mannathal Hamza)

Não conseguimos nenhum tipo de apoio em Humaitá além do prestado pela valorosa Polícia Militar do Estado do Amazonas. Tentamos, em vão, conseguir com os camaradas de infantaria, pernoite gratuito no Hotel de Trânsito da Guarnição, contatamos os irmãos da maçonaria local que da mesma forma não nos estenderam a mão. Não achamos a Professora Doutoranda Elisabeth Tavares Pimentel. Elizabeth é geofísica, coordenadora do curso de Ciências: Matemática e Física do Instituto de Educação, Agricultura e Meio Ambiente da UFAM de Humaitá, AM. Sua tese, sobre o Rio Hamza, apresentada no 12° Congresso Internacional da Sociedade Brasileira de Geofísica, no Rio de Janeiro, orientada pelo Doutor Valiya Mannathal Hamza, aponta para a existência de um rio subterrâneo correndo sob o Rio Amazonas, desde os Andes até o Oceano Atlântico, a uma profundidade que pode chegar aos 4 mil metros.

Teria sido um encontro bastante interessante, mas infelizmente, após as diligências realizadas, gentilmente, pelo Tenente Daniel S. Melo da Polícia Militar descobriu-se que ela se encontrava na cidade do Rio de Janeiro e que sua residência, em Humaitá, fora assaltada. A diligência que tinha como objetivo agendar uma entrevista com a pesquisadora evoluiu para uma ocorrência policial. Não desistimos, porém, e deixamos com o Tenente Daniel S. Melo nosso contato caso ela venha a nos conceder uma entrevista virtual.

Novamente minha rota se entrelaça com a do amigo José Holanda, de Itacoatiara, AM. No Porto do Caçote, ancorado no Flutuante Vovó Abigail, se encontrava sua lancha “Rosa Holanda” e sua simpática tripulação, Comandante Elizeu dos Santos Gonçalves, Marinheiro Fluvial de Convés (MFC) e o maquinista Khryslley Márcio Fonseca de Souza, Marinheiro Fluvial de Máquinas (MFM). Márcio mostrou a mangueira que deixara vazar aproximadamente 600 litros de combustível na viagem de Santarém (20.12) para Humaitá (22.12) em que conduziam Soldados do 8° Batalhão de Engenharia de Construção (8° BEC). Aproveitei a segunda e terça-feira para curar meu resfriado, colocar em dia o material coletado em Porto Velho, conhecer a cidade e adquirir fontes de consulta de escritores locais.

-  E-Mail

O Grande Arquiteto do Universo resolveu, através de verdadeiros maçons, me animar um pouco. A falta de apoio, a frustração dos objetivos propostos para esta etapa da viagem e a saúde abalada por um forte resfriado resultado de navegação contínua de quase seis horas debaixo de chuva foram amenizados pelas gentis palavras de um Irmão encaminhadas pelo mano Carlos Afonso Urnau Athanasio.

Tenho recebido as contadas caminhadas do Coronel Hiram Silva Reis. É um braço heróico deste desprezado Brasil de todos nós e que poucos, muito poucos, com artifícios ou por distração ou mesmo por incompetência nossa e esperteza deles, se adonaram desta bendita terra de Santa Cruz. Precisamos de homens valorosos como este Coronel Hiram, para defender cada palmo desta Terra Santa, que nos foi legada, porque este país, no dizer psicográfico de Chico Xavier, será, sem dúvida, o Coração do Mundo, o Berço da Paz e a Pátria do Universo. Que assim seja.




Partida para Humaitá, AM

Partida para Humaitá, AM


“Há mais pessoas que desistem do que pessoas que fracassam”. (Henry Ford)


No dia 20 de dezembro, acompanhado do Comandante 5° Batalhão de Engenharia de Construção (5° BEC) - Batalhão Carlos Aloysio Weber, Tenente-Coronel da Arma de Engenharia Moacir Rangel Junior, fizemos uma visita ao General-de-Brigada Ubiratan Poty, Comandante da 17ª Brigada de Infantaria de Selva (17ª Bda Inf Sl), sediada em Porto Velho, RO, que entusiasmado com o Projeto Desafiando o Rio-mar, determinou ao seu chefe de Comunicação Social que entrasse em contato com a mídia televisiva de Rondônia para agendar entrevistas conosco.

-  Porto Velho, RO (21.12.2011)

As ordens do Gen Poty foram cumpridas a risca e às sete horas, no jornal da manhã, fomos entrevistados nos estúdios da TV Globo. Após a entrevista nos deslocamos imediatamente para o Porto Graneleiro da Hermasa onde estava ancorado nosso Barco de Apoio (Piquiatuba) com os caiaques a bordo.

Porto Graneleiro da Hermasa: a soja que sai do Mato Grosso e Rondônia é transportada via terrestre para o Porto da Hermasa em Porto Velho e descarregada em grandes balsas que descem o Rio Madeira e são armazenadas no Porto Graneleiro da Hermasa de Itacoatiara que exporta mais de dois milhões e quinhentas mil toneladas de soja, por ano. Isso diminui o custo do frete em US$ 30,00 por tonelada e evita o congestionamento da malha viária do Sudeste.

Por volta das nove horas chegaram as equipes da TV Record e SBT que entrevistaram a mim e a meu filho João Paulo e solicitaram tomadas do deslocamento dos caiaques no Rio Madeira. Às 11h30 nos apresentamos nos estúdios da Rede TV e após a entrevista agendamos tomadas no Rio Madeira para as dezessete horas.

O Barco a Motor Piquiatuba do 8° Batalhão de Engenharia de Construção (8° BEC) deslocara-se de Santarém, PA, a Porto Velho, RO, cumprindo sua tradicional missão de transporte de tropa e abastecimento para os destacamentos da Engenharia Militar. Voluntariamente, apesar de ser um período de festas, a tripulação, formada pela equipe do Grupo Fluvial do 8° BEC, Soldados Mário Elder Guimarães Marinho (Comandante do B/M), Walter Vieira Lopes (Sub-comandante do B/M), Edielson Rebelo Figueiredo (Chefe da Casa de Máquinas) e Marçal Washington Barbosa Santos (cozinheiro), nosso bom Gourmet, se prontificaram a nos acompanhar neste período em que a embarcação não tinha nenhuma outra missão agendada.

-  Partida do Porto da Hermasa - Porto Velho, RO (22.12.2011)

A TV Globo tinha marcado conosco uma entrevista, antes da largada, para as 06h30 no Porto da Hermasa e arredores. Só conseguimos partir para nossa primeira jornada às 08h30, três horas além de minha programação original. Teríamos, fatalmente, de enfrentar, no primeiro dia, a canícula amazônica no período da tarde. Parti, preocupado, já que era a primeira vez que meu filho surfista me acompanhava em uma jornada desta natureza e este não era seu esporte favorito. A postura no caiaque, a necessidade de se remar em torno de seis a sete horas por dia eram desafios que ele teria de vencer no primeiro dia acrescido do calor vespertino.

Depois da primeira curva à direita, no Rio Madeira, a presença das dragas de garimpeiros, em busca de ouro, se tornou uma constante, alguns conjuntos formavam horrendas Vilas onde a promiscuidade e a falta de cuidado com o meio-ambiente era a tônica. Lembrei-me da preocupação do IBAMA em proteger os microorganismos que, segundo eles, infestam os perigosos troncos que descem o Rio Madeira e ameaçam a vida dos ribeirinhos enquanto o uso indiscriminado do mercúrio nas dragas não sofre qualquer tipo de controle. Paramos em um banco de areia, para descansar depois de remar quinze quilômetros, onde encontramos duas mulheres contratadas pelos garimpeiros, uma delas se encantou com as tatuagens do João Paulo. Durante esta breve parada passou, no talvegue do Rio Madeira, uma garça branca graciosamente surfando um pequeno tronco de madeira.

Talvegue: canal do rio onde a velocidade da correnteza é maior.

Na segunda parada, próximo à Ilha dos Mutuns, já por volta das treze horas, percebi que meu filho começava a sofrer com o calor amazônico. Contatei o pessoal de apoio e disse que deveríamos achar um local de parada antes das quinze horas, o que foi feito. Paramos próximo à Comunidade Aliança, seis quilômetros a montante do local planejado que teria sido alcançado com folga se tivéssemos saído às 5h30. À tarde, já devidamente embarcados, o João Paulo teve seu primeiro contato com os famosos banzeiros amazônicos.

À noite fomos assaltados por um enxame de pequenos percevejos, tivemos que apagar todas as luzes deixando aceso apenas o farolete de popa onde se amontoou uma pululante e disforme massa marrom de centenas desses pequenos insetos que eram varridos periodicamente pelo João Paulo.

-  Partida da Comunidade Aliança, RO (23.12.2011)

Pontualmente às 5h30 partimos para nossa nova jornada. Fizemos a primeira parada, estrategicamente, na foz do Jamari para abastecer o Piquiatuba de água limpa para poder lavar nossas roupas e tomar um banho decente. Fizemos a segunda parada próxima à Ilha das Curicacas e informamos ao pessoal de apoio que o local de parada, próximo a Comunidade Boa Hora, seria por volta das 11h30. Foram sessenta quilômetros percorridos e o meu parceiro surfista se portou com muita tranquilidade embora a canoagem não seja a “sua praia”. O João Paulo e a tripulação foram convidados, por jovens da Comunidade, para um jogo de futebol na lama enquanto eu permanecia a bordo digitando o material que seria postado em Humaitá, AM. Ao entardecer enxames de carapanãs nos atacaram esgotando nosso estoque de repelente. Recolhemo-nos cedo para fugir do ataque impiedoso dos mosquitos.

-  Partida da Comunidade Boa Hora, RO (24.12.2011)

Partimos à 5h30 para nossa nova jornada e fizemos nossa primeira parada num enorme banco de areia, à jusante da Ilha Botafogo onde os piuns faziam a festa. Como nos dias anteriores nenhum sinal de chuva e um sol causticante.

O Mário e o Marçal vieram até nós com um refrigerante gelado que foi degustado com imensa satisfação. Perguntei ao meu filho se ele estava em condições de alongar o trajeto em mais ou menos dezessete quilômetros para atingirmos a foz do Rio Ji-paraná (também conhecido como Machado), ele aquiesceu. A fotografia aérea, do Google Earth, dava a entender que suas águas eram melhores que as do Madeira, ledo engano. Fizemos uma última parada próximo à Ilha Assunção e partimos num ritmo forte para o novo objetivo. Aportamos pouco depois do meio-dia depois de percorrer setenta quilômetros em sete horas incluindo as paradas. À tarde o João Paulo e a tripulação foram até a Comunidade de Calama adquirir alguns itens para complementar nossa dispensa e a noite participaram dos festejos pagãos na última cidade de Rondônia só retornando às três horas da manhã.

Colonizadora Calama S.A.: a ocupação sistemática do território de Rondônia iniciou-se no final da década de 60, com a colonização particular da Colonizadora Calama S.A.

-  Partida para Humaitá, AM (25.12.2011)

Acordei às 4h30 e parti, exatamente às cinco horas, sem meu parceiro tresnoitado. Havia decidido partir cedo para evitar a canícula da tarde já que a jornada seria de mais de sessenta quilômetros. Parece que São Pedro quis fazer uma brincadeirinha e a chuva amazônica se estendeu desde minha saída até a chegada às 11h45. Como ainda era noite coloquei minha lanterna de cabeça e percorri a foz do Ji-paraná com certa cautela. A quantidade de peixes atraídos pela luz que saltava sobre o caiaque batiam no casco, no convés ou em meu corpo me impressionou, se o caiaque fosse aberto a refeição para uns dois dias estaria garantida. Ainda era noite quando adentrei no Estado do Amazonas. Como a chuva fria não dava trégua e decidi não parar e tocar direto até Humaitá, afinal eu já adotara tal procedimento no Rio Solimões navegando, sem parar, 108 quilômetros de Anamã a Manacapuru. Em Humaitá acostei no Piquiatuba que já estava ancorado no Porto Hidroviário de Humaitá. Os fiscais portuários autorizaram nossa permanência temporária naquele local até as 22 horas. A jornada terminara e a chuva amainou e o sol finalmente apareceu.

-  Humaitá, AM (25.12.2011)

Disquei o 190 e mais uma vez a valorosa Polícia Militar do Estado do Amazonas se prontificou em nos apoiar. O Tenente PM Daniel Melo nos levou até o Quartel do 54° Batalhão de Infantaria de Selva (54° BIS), Batalhão Cacique Ajuricaba, numa infrutífera tentativa de nos acomodar no Hotel de Trânsito da Guarnição gratuitamente. Ao retornarmos ao Piquiatuba o mesmo já fora transferido para o Porto do Caçote onde encontramos, também, a lancha do amigo José Holanda de Itacoatiara, decidi passar a noite embarcado. O Tenente PM Daniel Melo prometeu realizar uma diligência para tentar achar a pesquisadora Elisabeth Tavares Pimentel cuja tese revolucionária defende a existência do Rio Hamza.




quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Usina Hidrelétrica de Santo Antônio

Usina Hidrelétrica de Santo Antônio


Dando sequência a nossas pesquisas referentes a esta 4ª Fase do Projeto Desafiando o Rio-mar, no dia 19 de dezembro, fomos apresentados ao Jornalista José Carlos de Sá Júnior - Coordenador de Relações Institucionais da Santo Antônio Energia. O primeiro contato, na parte da manhã, na sede da empresa em Porto Velho, não poderia ser mais agradável do que foi, a lucidez, simpatia e inteligência de Sá Junior cativaram a todos que lá estavam. Sá é, sem dúvida, “The Right Man in The Right Place” (O Homem Certo, no Lugar Certo), à tarde tivemos o privilégio de acompanhá-lo em uma visita às instalações da Hidrelétrica.

À direita Jornalista José Carlos de Sá Júnior

Aqueles que condenam a construção de Usinas Hidrelétricas na Amazônia Legal se esquecem que é nesta região que se encontra 70% do potencial hidrelétrico ainda não explorado e que as hidrelétricas são a forma mais adequada de se obter energia necessária para garantir o desenvolvimento sustentável do país. Graças a essa nova demanda de energia limpa e barata os Estados de Rondônia e Acre viverão, a partir do ano que vem, um novo ciclo econômico sem as limitações impostas pela falta de oferta de energia.

-  Construção da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio (19.12.2011)
    Fonte: Santo Antônio Energia e José Carlos de Sá Júnior

O Projeto de construção da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio começou a ser desenvolvido em 2001, com a realização de estudos geológicos e de engenharia pelo consórcio Furnas-Odebrecht, para identificar o lugar mais apropriado para sua instalação, bem como a tecnologia de geração de energia mais indicada para o Rio Madeira e de menor impacto para as comunidades ribeirinhas e a biodiversidade amazônica. Santo Antônio será uma hidrelétrica com baixo impacto ambiental, considerando a relação entre a capacidade instalada e as dimensões do reservatório, passando a ser um marco na história de produção de energia por meios hídricos no país. A área do reservatório, de 271 km2, incluiu a calha natural do rio que é de 164 km2, e devemos considerar, ainda, que dos 107 km2 restantes, grande parte se constituía em regiões de várzea inundadas no período das cheias.

Neste ano ainda deve entrar em operação a primeira das oito turbinas do primeiro grupo de casas de força. (José Carlos)

A construção teve início no trecho do rio que vai da margem direita à Ilha do Presídio no Rio Madeira, em Porto Velho - RO, em setembro de 2008, que foi isolado com a construção de ensecadeiras (aterros temporários para manter seco o leito do Rio a ser trabalhado). Nesta área teve início o trabalho de escavação em rocha que hoje abriga o primeiro dos quatro grupos de casas de força da Usina. Neste segmento da UHE, a primeira unidade geradora com oito de suas 44 turbinas do tipo bulbo, antecipando o cronograma em cinco meses, vai começar a operar em dezembro de 2011.


Curiosamente ao se construir uma das ensecadeiras verificou-se que sob as ciclópicas rochas, que se apresentavam aos olhos admirados daqueles que tiveram a oportunidade de conhecer a cachoeira no passado, se escondiam cotas negativas de seis metros abaixo do nível do mar só descobertas graças ao trabalho desenvolvido pelos engenheiros da Santo Antônio.

Santo Antônio será uma das quatro maiores usinas hidrelétricas do país, com capacidade instalada de 3.150,4 MW (2.218 MW de geração assegurada), energia suficiente pra abastecer cerca de 40 milhões de pessoas. Infelizmente, os “Talibãs Verdes” teimam em criticar esta diferença de valores mostrando sua ignorância em relação ao regime de águas da bacia amazônica e ao projeto de uma hidrelétrica que prima pela produção de energia limpa com a diminuição do uso das poluidoras termelétricas. As turbinas usadas em Santo Antonio trabalham com o processo denominado “fio de água” que aproveitam a alta vazão do Rio Madeira evitando a construção de grandes quedas d’água e consequentemente minorando os impactos ambientais decorrentes. É muito fácil criticar empreendimentos tão necessários ao desenvolvimento e melhoria das condições de vida dos amazônidas e demais brasileiros saboreando uma bebida gelada em ambiente climatizado como fazem os idiotizados “inocentes úteis” cooptados por ONGs que defendem inconfessos interesses estrangeiros.




-  Turbinas Bulbo
    Fonte: Santo Antônio Energia e José Carlos de Sá Júnior

Esquema de Turbina Bulbo

Grande parte das Hidrelétricas do Brasil usa turbinas que ficam na vertical. Em Santo Antônio serão utilizadas turbinas bulbo que são instaladas na horizontal. As turbinas bulbo trabalham com a força da correnteza, ou seja, com o fluxo d’água, e não com a altura de sua queda. Justamente por isso não há necessidade de barragens muito altas nem de grandes reservatórios. Isso quer dizer menor área alagada, menor impacto ambiental e uma maior quantidade de energia gerada. O Índice de 0,09, que representa a relação entre a área do reservatório e a potência produzida de Santo Antônio é um dos menores do país.


-  Sistema de Transposição de Peixes
    Fonte: Santo Antônio Energia e José Carlos de Sá Júnior

O fantástico comentou recentemente, em tom de crítica, que o sistema de transposição de peixes adotado em Santo Antônio vai selecionar o tipo de peixe que vai subir o rio. O sistema foi criado atendendo orientação do Ibama justamente para que não seja alterado o ecossistema a montante da usina. (José Carlos)
Anualmente, os peixes nadam contra a corrente procurando locais mais adequados e seguros para reprodução. Esta construção, localizada na margem esquerda do rio e na ilha do Presídio, garantirá que os peixes não tenham seu ciclo de vida alterado. A velocidade das águas e a inclinação do sistema foram cuidadosamente planejados de maneira a impedir que as espécies que antes da construção não tinham acesso as águas a montante da cachoeira, não consigam fazê-lo agora. A piracema se dá durante todo o ano e hoje algumas espécies já estão subindo naturalmente o rio através desse sistema.

-  Interceptor de troncos
    Fonte: Santo Antônio Energia e José Carlos de Sá Júnior

A idéia inicial era deslocar toda a madeira para uma curva do rio de onde seria retirada. Em virtude da quantidade do material coletado não seria possível estocá-lo e se pensou em dar-lhe um aproveitamento industrial. (José Carlos)

Na UHE Santo Antônio será colocado um sistema de bóias em forma de funil que conduzirão os troncos para três vertedouros de 20m de largura que serão abertos de tempo em tempo para sua passagem. A empresa chegou a arquitetar um projeto que aproveitasse o material coletado impedindo que o mesmo continuasse a prejudicar a navegação no rio Madeira, a jusante da usina. O IBAMA, mais preocupado com microorganismos do que com a vida dos ribeirinhos ceifada constantemente por estes obstáculos flutuantes embargou o projeto. Somente aqueles que já navegaram pelo Madeira conhecessem o perigo que representam estas enormes armadilhas flutuantes. Recentemente a ponte da BR 319, em construção próxima a Porto Velho, teve seu pilar levado pela torrente em virtude do acúmulo de troncos, se ela já estivesse em operação inúmeras vidas teriam se extinguido, mas para o IBAMA isto não é importante. Será que o IBAMA é capaz de explicar sua absurda lógica aos familiares daqueles que perderam seus entes queridos, vítimas dos maravilhosos troncos cuja superfície é pródiga em microorganismos que precisam a qualquer custo serem preservados?

-  Curiosidades
    Fonte: Santo Antônio Energia e José Carlos de Sá Júnior

§  Será a sexta maior do Brasil em potência instalada (atrás de Itaipu, Tucuruí, Ilha Solteira, Jirau e Xingó), e a terceira em energia assegurada;

§  Sua geração será suficiente para suprir a necessidade de 44 milhões de brasileiros, o que equivale a quatro vezes a população da cidade de São Paulo;

§  As 44 turbinas bulbo da usina hidrelétrica são consideradas as maiores do mundo com essa tecnologia;

§  A quantidade de ferro usado na construção da usina (138 mil toneladas) daria para construir 18 torres Eiffel;

§  A construção de Santo Antônio irá consumir cimento suficiente para erguer 37 estádios do Maracanã.




quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Porto Velho, RO

Porto Velho, RO

Hino do Município de Porto Velho
(Letra e Música: Claudio Feitosa)

No Eldorado uma estrela brilha
Em meio à natureza, imortal:
Porto Velho, cidade e município,
Orgulho da Amazônia ocidental, (...)

Nascente ao calor das oficinas
Do parque da Madeira-Mamoré
Pela forja dos bravos pioneiros,
Imbuídos de coragem e de fé.
És a cabeça do estado vibrante:
És o instrumento que energia gera
Para a faina dos novos operários,
Os arquitetos de uma nova era.

No Eldorado uma gema brilha
Em meio à natureza imortal:
Porto Velho, cidade município,
Orgulho da Amazônia ocidental.

-  A Origem do Nome (18.12.2011)

Oficializada em 2 de outubro de 1914, Porto Velho foi criada por desbravadores por volta de 1907, durante a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Em plena Floresta Amazônica, e inserida na maior bacia hidrográfica do globo, onde os rios ainda governam a vida dos homens, é a Capital do Estado de Rondônia. Fica nas barrancas da margem direita do Rio Madeira, o maior afluente da margem meridional do Rio Amazonas.

Desde meados do século XIX, nos primeiros movimentos para construir uma ferrovia que possibilitasse superar o trecho encachoeirado do Rio Madeira (cerca de 380 km) e dar vazão à borracha produzida na Bolívia e na região de Guajará Mirim, a localidade escolhida para construção do porto onde o caucho seria transportado para os navios seguindo então para a Europa e os EUA, foi Santo Antônio do Madeira, Província de Mato Grosso.

As dificuldades de construção e operação de um porto fluvial, em frente aos rochedos da cachoeira de Santo Antônio, fizeram com que construtores e armadores utilizassem o pequeno porto amazônico localizado 7 km abaixo, em local muito mais favorável.

Em 15 de janeiro de 1873, o Imperador Pedro II assinou o Decreto-Lei nº 5.024, autorizando navios mercantes de todas as nações subirem o Rio Madeira. Em decorrência, foram construídas modernas facilidades de atracação em Santo Antônio, que passou a ser denominado Porto Novo.

O Porto Velho dos militares continuou a ser usado por sua maior segurança, apesar das dificuldades operacionais e da distância até Santo Antônio, ponto inicial da EFMM. Percival Farquhar, proprietário da empresa que afinal conseguiu concluir a ferrovia em 1912, desde 1907 usava o velho porto para descarregar materiais para a obra e, quando decidiu que o ponto inicial da ferrovia seria aquele (já na província do Amazonas), tornou-se o verdadeiro fundador da cidade que, quando foi afinal oficializada pela Assembléia do Amazonas, recebeu o nome Porto Velho. Hoje, a capital de Rondônia.

-  Porto Velho Antigo

Após a conclusão da obra da E.F.M.M. em 1912 e a retirada dos operários, a população local era de cerca de 1.000 almas. Então, o maior de todos os bairros era onde moravam os barbadianos - Barbadoes Town - construído em área de concessão da ferrovia. As moradias abrigavam principalmente trabalhadores negros oriundos das Ilhas Britânicas do Caribe, genericamente denominados barbadianos. Ali residiam, pois vieram com suas famílias, e nas residências construídas pela ferrovia para os trabalhadores só podiam morar solteiros.

Era privilégio dos dirigentes morarem com as famílias. Com o tempo passou a abrigar moradores das mais de duas dezenas de nacionalidades de trabalhadores que para cá acorreram. Essas frágeis e quase insalubres aglomerações, associadas às construções da Madeira-Mamoré foram a origem da cidade de Porto Velho, criada em 02 de outubro de 1914. Muitos operários, migrantes e imigrantes moravam em bairros de casas de madeira e palha, construídas fora da área de concessão da ferrovia.

Assim, Porto Velho nasceu das instalações portuárias, ferroviárias e residenciais da Madeira-Mamoré Railway. A área não industrial das obras tinha uma concepção urbana bem estruturada, onde moravam os funcionários mais qualificados da empresa, onde estavam os armazéns de produtos diversos, etc. De modo que, nos primórdios havia como duas cidades: a área de concessão da ferrovia e a área pública. Duas pequenas povoações, com aspectos muito distintos. Eram separadas por uma linha fronteiriça denominada Avenida Divisória, a atual Avenida Presidente Dutra. Na área da railway predominavam os idiomas inglês e espanhol, usados inclusive nas ordens de serviço, avisos e correspondência da Companhia. Apenas nos atos oficiais, e pelos brasileiros era usada a língua portuguesa. Cada uma dessas povoações tinham comércio, segurança e, quase, leis próprias. Com vantagens para os ferroviários, face à realidade econômica das duas comunidades. Até mesmo uma espécie de força de segurança operava na área de concessão da empresa, independente da força policial do estado do Amazonas.

Essa situação gerou conflitos frequentes, entre as autoridades constituídas e os representantes da Railway. Portanto, embora as mortes a lamentar durante sua construção tenham sido muitas, a ferrovia da morte, como chegou a ser denominada a Estrada de Ferro Madeira Mamoré é, na verdade a ferrovia da vida, para Porto Velho e seu povo. A importância da EFMM para a formação da cidade pode ser medida pelo texto da lei de sua criação, aprovada pela Assembléia Legislativa do Amazonas, que diz: Artigo 2° - O Poder Executivo fica autorizado a entrar em acordo com o governo Federal, a Madeira-Mamoré Railway Company e os proprietários de terras para a fundação imediata da povoação, aproveitando na medida do possível, as obras do saneamento feitas ali por aquela companhia, e abrir os créditos necessários à execução da presente lei.

Nos seus primeiros 60 anos, o desenvolvimento da cidade esteve umbilicalmente ligado às operações da ferrovia. Enquanto a borracha apresentou valor comercial significativo, houve crescimento e progresso. Nos períodos de desvalorização da borracha, devido às condições do comércio internacional e a inoperância empresarial e governamental, estagnação e pobreza.

-  Universidade Federal de Rondônia - UNIR (18.12.2011)

“A ética é o fundamento que orienta as pessoas para que possam ter uma vida digna e justa. A corrupção é um mal que se estabelece nas sociedades através de pequenos vícios, portanto não deve ser encarada como algo natural, mas sim um desvio de conduta adquirido através de maus exemplos. Tem como fruto a miséria, a falta de saúde, falta de educação, falta de moradia digna etc. Rondônia tem sido alvo de pessoas inescrupulosas que utilizam o serviço público em defesa de seus interesses pessoais. O movimento unificado pela ética e contra a corrupção espera que essa lamentável situação seja a base de uma reflexão mais profunda sobre os efeitos maléficos da corrupção visando a banir de nosso meio a longa e dolorosa tradição de apropriação indevida do aparato público”.
 (Manifesto do Movimento Unificado pela Ética e Contra a Corrupção)

O Tenente Thiago Teixeira Baptista nos acompanhou até as instalações da Universidade Federal de Rondônia. O número de obras paralisadas em virtude dos últimos acontecimentos é impressionante, mas o que mais chamou atenção de nossa pequena comitiva foi a falta de ação dos encarregados da segurança que permitiam uma grande quantidade de pessoas perambularem, no domingo, pelas instalações sem qualquer tipo de controle, a falta de manutenção das instalações, além do descaso com os gastos com energia elétrica já que a maioria das salas de aula, embora vazias, estavam com as luzes acesas e os aparelhos de ar condicionado ligados. Curiosamente em todas elas estava fixado um aviso para que os mesmos fossem desligados ao sair da sala.

No dia 14 de setembro deste ano, professores e alunos da UNIR se uniram em movimento grevista reivindicando melhores condições de trabalho. O Laudo de Vistoria Técnica, de 21 de outubro de 2011, realizado pela Diretoria de Serviços Técnicos do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Rondônia confirmaram as denúncias dos grevistas: o Campus Universitário, inaugurado em 1984, não vinha sofrendo qualquer tipo de manutenção e a deterioração ameaçava a segurança dos profissionais e alunos da UNIR além de prejudicar as atividades de ensino. O Comando de Greve, mais tarde, incorporou-se ao Movimento Unificado pela Ética e Contra a Corrupção reivindicando o afastamento da administração anterior envolvida em inúmeras irregularidades administrativas. Representantes do Movimento levaram pessoalmente um dossiê de 1.500 páginas a Casa Civil da Presidência da República onde foram informados que a administração da UNIR contava com o apoio da base aliada do Governo Federal no Congresso e nada poderia ser feito.

As pressões continuaram e, finalmente, no dia 23 de novembro de 2011, o Reitor da UNIR José Januário de Oliveira Amaral apresentou sua renúncia ao Ministro da Educação. Januário argumentou que não tinha mais condições de permanecer no cargo em virtude da série de denúncias de desvio de recursos envolvendo a Fundação Rio Madeira - RIOMAR, que serve de apoio à UNIR. No dia 24 de outubro, a Secretaria de Educação Superior (SESU) nomeou uma comissão de auditores, integrada por representantes do MEC e da Controladoria-Geral da União (CGU), para auditar as contas da RIOMAR e da UNIR.

Um movimento legítimo bem diferente do que se verificou recentemente na USP onde riquinhos baderneiros, travestidos de estudantes, reivindicavam a liberdade de fumar maconha no Campus Universitário.


-  Usina Hidrelétrica de Samuel (18.12.2011)

Nas proximidades de Porto Velho, ao Norte a BR 364, observamos um dos extensos diques da Hidrelétrica de Samuel. Dele avistamos o grande reservatório da barragem que nessa oportunidade estava bastante seco.

No local onde existia a cachoeira de Samuel no Rio Jamari, afluente do Rio Madeira, foi construída a barragem da Hidrelétrica de Samuel, com potência instalada de 216 MW. Em virtude do relevo pouco acentuado da bacia do Jamari foram construídos 70 km de diques para conter extravasamento da água represada no seu reservatório de 540 Km2 para os igarapés vizinhos. Em 1982, a construção da usina teve início e em consequência da falta de verbas só foi concluída catorze anos depois.

A construção da Usina Hidrelétrica de Samuel fez surgir no lugar de uma antiga colônia de pescadores a sede do Município de Candeias do Jamari. Os royalties proporcionados pela Usina Hidrelétrica de Samuel favoreceram, além de Candeias do Jamari, mais três municípios: Alto Paraíso, Cujubim e Itapuã do Oeste. Atualmente, 90% dos 52 Municípios do Estado são beneficiados com energia desse sistema isolado da Eletronorte. Rio Branco, a capital do Acre, a partir de novembro de 2002, passou a ser abastecida com a energia de Samuel e, em maio de 2006, esse sistema foi ampliado, permitindo que a geração térmica do Acre fosse substituída pela hidráulica, proporcionando a substituição da geração a derivados de petróleo. Além de Samuel, a ELETROBRAS ELETRONORTE opera a Usina Termelétrica Rio Madeira, que produz 90 MW. Somada à geração dos produtores independentes de energia, a potência instalada em Rondônia é de 403 MW.