Seminário de História Militar da Amazônia Brasileira
Hiram
Reis e Silva, Rio Branco, Acre, 01 de dezembro de 2012.
O historiador por excelência, aquele
que estuda História e sabe depois aplicar seus ensinamentos em situações em que
participa com intimidade. Aplicar segundo as disposições específicas e
necessária inteligência de cada caso. (MENDONÇA)
- Partida do Porto dos Casais
Mais
uma vez parto, como diz um querido amigo e grande incentivador do projeto, Luiz
Carlos Bado Bittencourt, para cumprir outra etapa de minha penosa, mas
altamente gratificante “Missão
Auto-atribuída”. Levantamos vôo eu e minha cara parceira Rosângela
Schardosim, do Aeroporto Internacional Salgado Filho – Porto Alegre, às 06h30
depois de me despedir de minhas queridas filhas Vanessa e Danielle e de meu
genro Samure. Felizmente os três puderam acompanhar-nos ao aeroporto e nos
ajudaram guardando lugar na interminável fila até que realizássemos o chek-in,
o caos era geral, filas quilométricas, informações conflitantes e atendentes
mal-humorados, é difícil crer que estes problemas estejam resolvidos até a Copa
do Mundo. Partindo para minha 5º jornada em cinco anos verifico constrito que
nada mudou.
- I Seminário de História Militar Terrestre da
Amazônia Brasileira
Pouco
falei do Seminário de que participei em Manaus patrocinado pelo Comando Militar
da Amazônia, no meu último artigo, por isso volta à carga. O General Eduardo
Dias da Costa Villas Bôas, entusiasta da história, além de fazer a abertura e o
fechamento do mesmo esteve presente em todas as etapas onde foram discutidos
temas como:
- Mesa 1 - Conquista da
Amazônia Brasileira (1616 - 1750)
“Ao serviço de Deus e de Sua
Majestade Católica” no Sertão das Amazonas: a ação militar na constituição da
Amazônia Portuguesa (Professor Dr Auxiliomar Silva Ugarte – UFAM);
A cartografia da conquista da
Amazônia Colonial (Professor Dr Roberto Monteiro de Oliveira – INPA);
A viagem de descobrimento ao Rio
Madeira e suas vertentes pelo Sargento-Mor Francisco de Melo Palheta (Professor
Emanuel Pontes Pinto – UNIR);
Viagem da Real Escolta pelo Rio
Madeira, empreendida por José Gonçalves da Fonseca, nos idos de 1749 (Coronel
R1 Hiram Reis e Silva – CMPA).
- Mesa
2 - Consolidação da Conquista (1750 - 1791)
A criação da Capitania do Rio Negro
(Raimundo Pontes Filho – Delegado da Polícia Civil AM);
Lobo D'Almada e a defesa militar nos
Confins Ocidentais da Amazônia Portuguesa (Professor Dr. Francisco Jorge dos
Santos - UFAM);
- Mesa
3 - A defesa, a manutenção e a vigilância da unidade, da integridade e
soberania do Brasil na Amazônia
A arquitetura militar em
fortificações da Amazônia (Drª Graciete Guerra da Costa - UFRJ);
A Cabanagem e a reformulação social
da Amazônia (Márcio Souza – PANAMAZÔNIA);
A Criação do Comando Militar da
Amazônia (Gaitano Antonáccio - PANAMAZÔNIA);
A Saga do 5º Batalhão de Engenharia
de Construção (Ten Cel R1 Lauro Pastor);
As ações do Coronel Jorge Teixeira (General
Bda R1 Thaumaturgo Sotero Vaz).
- Mesa
4 - A defesa, a manutenção e a vigilância da unidade, da integridade e
soberania do Brasil na Amazônia
A Defesa Nacional e a implantação do
Modelo Zona Franca de Manaus (Professor Dr. Sylvio Mario Puga Ferreira - UFAM);
De Rondon a Villas Bôas: o apoio do
Exército Brasileiro na integração com os povos indígenas (Professor Silvio Rodrigues
Caldas - NEEPA);
Geopolítica da Amazônia em dois
atos: I) tempos atuais, II) tempos futuros (Dr. Antonio Loureiro).
- Velhos Amigos
Conheci
pessoalmente o Professor Emanuel Pontes Pinto, da UNIR, que me enviara,
instigado pelo General Bda Tibério, a narrativa da Viagem de Palheta pela Bacia
do Madeira. Este decano e simpático Mestre é embalado por uma chama que
entusiasma a todos aqueles que assistem suas apresentações e intervenções.
Revi
meu velho amigo e Irmão maçom Dr. Antônio Loureiro que comenta cada artigo que
escrevo sobre as plagas amazônicas. O Dr. Loureiro foi o palestrante certo para
encerrar a série de palestras, cujos temas foram gradativamente passando do
longínquo pretérito até chegar às questões hodiernas.
Mestre
Loureiro foi além e qual Nostradamus traçou em funestas linhas uma visão quase
apocalíptica sobre o futuro de nossa Amazônia tão comprometida pelas “políticas” absurdas que conseguiram engessar
a economia do Amazonas transformando uma solução temporária como a Zona Franca
em permanente.
- “Engessamento”
da Amazônia
A política indigenista está
dissociada da história brasileira e tem de ser revista urgentemente. Não sou
contra os órgãos do setor. Quero me associar para rever uma política que não
deu certo; é só ir lá para ver que é lamentável, para não dizer caótica.
(General de Exército Augusto Heleno Ribeiro Pereira)
A
alienação política de nossos políticos e juristas transformou as questões
indígenas e ambientais em moeda de troca barganhando nossa soberania com “estranha” submissão aos interesses
alienígenas inconfessos. Estas desastrosas ações realizadas sem conhecimento de
causa afetam não somente os destinos da nação brasileira, mas, sobretudo, das
populações indígenas tão manipuladas por Organizações não Governamentais que
absolutamente se preocupam com a sua sobrevivência, mas tão somente com as
riquezas desta tão cobiçada terra.
Quando
se tenta impedir o contato ou a miscigenação de nossos nativos com os “não índios” ou com agentes do estado
brasileiro consentisse que este contato se dê através do que há de pior na
sociedade nacional. A ausência do estado permite que garimpeiros, traficantes, madeireiros
e degenerados de toda espécie e de todas as bandeiras os aliciem. Nas nossas
viagens pelos amazônicos caudais ouvimos relatados de índios servindo de “mulas” (transportando drogas), construindo
campos de pouso para todo tipo de tráfico, vendendo madeira para madeireiros
inescrupulosos...
- Plano Plurianual
Os
estados amazônicos precisam, mais do que nunca, de um Plano Plurianual, forjado
pelos filhos da terra das águas e apoiados pelas universidades locais. Precisamos
de Políticas que apontem alternativas para o período pós Zona Franca. A cidade
de Manaus cresce assustadoramente enquanto suas coirmãs do interior mínguam sem
qualquer tipo de apoio ou opção para as novas gerações.
Mais
que nunca o Governo Federal precisa voltar seus olhos para o planejamento
estratégico sem se deixar enganar pela ladainha do “politicamente correto” que visa tão somente o engessamento da
região.
- Comando Militar da Amazônia (CMA) e a Mídia
É
muito salutar a convivência da mídia do estado do Amazonas com o CMA. Estávamos
ultimando nossa apresentação na Seção de Comunicação Social do 2º Grupamento de
Engenharia quando tivemos a oportunidade de acompanhar a gravação de uma
matéria sobre esta organização militar. O Seminário também recebeu atenção
especial por parte do noticiário local.
Fonte - MENDONÇA,
Belarmino. Reconhecimento do Rio Juruá
(1905) – Brasil – Acre – Fundação Cultural do Estado do Acre, 1989 - Introdução
de Leandro Tocantins.
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