Rio Branco, Acre – Parte I
Hiram
Reis e Silva, Rio Branco, Acre, 04 de dezembro de 2012.
“Só lamento é que, havendo tanta
ocasião gloriosa para eu morrer, esses heróis me viessem matar pelas costas.
Enfim... em Canudos fizeram pior...”
E em seguida, dirigindo-se ao irmão: - “Logo que puderes, retira daqui os meus ossos. Direi como aquele general africano: 'Esta terra que tão mal pagou a liberdade que lhe dei, é indigna de possuí-los’. Ah, meus amigos, estão manchadas de lodo e de sangue as páginas da história do Acre! (...)
tanta ocasião gloriosa para eu morrer...” (José Plácido de Castro)
E em seguida, dirigindo-se ao irmão: - “Logo que puderes, retira daqui os meus ossos. Direi como aquele general africano: 'Esta terra que tão mal pagou a liberdade que lhe dei, é indigna de possuí-los’. Ah, meus amigos, estão manchadas de lodo e de sangue as páginas da história do Acre! (...)
tanta ocasião gloriosa para eu morrer...” (José Plácido de Castro)
- Município de Rio Branco
A bela capital acreana é cortada
pelo Rio Acre. Segundo o censo, de 2011, do IBGE, sua população é de 342.298
habitantes, colocando-a como a sexta maior cidade da Região Norte. A população
ordeira e simpática é muito prestativa e sabe receber os visitantes com uma
cortesia de fazer inveja aos meus conterrâneos gaúchos. O Ciclo da Borracha e
as secas motivaram uma intensa migração de nordestinos. A grande maioria destes
sertanejos era de cearenses, estado que mais sofria os efeitos das estiagens.
Estes valentes desbravadores estimularam o desenvolvimento do Município e
promoveram uma intensa miscigenação com nativos locais dando origem a uma nova
casta – a “raça acreana”, que
carregava nos seus genes tanto a capacidade de sobreviver à inclemência da
árida caatinga como aos inúmeros obstáculos da hiléia indomada.
- Seja de Bronze a Sombra dos Heróis!
Fonte:
(MEIRA)
Pátrio Dever
Quintino Cunha
Não
basta adoração, amor não basta,
vênias
augustas, méritos reais,
para a
grandeza imensamente vasta
dos
belicosos seres imortais.
O
ferro, o bronze, que a Ciência gasta
nos
vultos dos heróis que a vida faz,
Ah!
nunca mais que, tu, morte nefasta,
nunca
mais o consomes, nunca mais!
Escreva
pois a Pátria esta sentença,
grande
na forma, de pensar extensa,
escreva
a Pátria, em tímidos alardes,
- Seja de lodo a sombra dos covardes,
seja de bronze a sombra dos heróis!”
O herói Rio-grandense foi
covardemente assassinado aos 35 anos de idade, permanecendo esse crime
eternamente impune. Próximo à propriedade do seu assassino, os fiéis amigos de
Plácido de Castro ergueram uma lápide de mármore, assinalando o local da
emboscada. Seus ossos, porém, foram sepultados no Cemitério da Santa Casa de
Misericórdia, em
Porto Alegre. Na fronte do pedestal, a família fez gravar o
nome completo de seus catorze algozes. (MEIRA)
- Barão de Rio Branco
A
capital acreana presta uma justa homenagem a José Maria da Silva Paranhos
Júnior, o Barão do Rio Branco, diplomata, geógrafo e historiador. A história,
porém, não pode olvidar, jamais, que os esforços diplomáticos tiveram sucesso
porque muito antes deles um punhado de heróis teve a coragem de defender a
ferro e a fogo esta valorosa terra.
Na
época o títere governo brasileiro afirmava oficialmente que não havia problema
a respeito do Acre, porque o Acre não era brasileiro – “o Acre era boliviano”. Ruy Barbosa, Serzedello Corrêa, Antônio de
Paula Freitas, inúmeros intelectuais e patriotas discordavam sustentando,
porém, que segundo, o Tratado de 1867, o Acre Setentrional, ao Norte da
Latitude de 10º20’, era brasileiro.
Foi
necessário, portanto, recorrer-se à força das armas para defender o que já era
nosso pela força do direito. A diplomacia do Barão não seria suficiente, para
tornar o Acre brasileiro, se não tivesse sido precedida das ações e reações enérgicas
do chefe revolucionário José Plácido de Castro, do Marechal Gregório
Thaumaturgo de Azevedo, do General Belarmino Augusto de Mendonça Lobo, de
Euclides Rodrigues da Cunha, de Joaquim Francisco de Assis Brasil, e tantos
outros que participaram ativa e decisivamente na “Questão do Acre”, que teve seu termo com a assinatura do Tratado de
Petrópolis, acordado entre Brasil e Bolívia, pondo fim ao conflito dos dois
países em relação ao território do Acre.
- Acre toponímia
Fonte:
(ANDRADE/GUIMARÃES)
O nome, que passou do Rio ao
território, em 1904, e ao estado, em 1962, origina-se, talvez, do tupi a'kir ü “rio verde” ou da forma a'kir, de ker, “dormir, sossegar”, mas é quase certo que seja uma deformação de Aquiri,
modo pelo qual os exploradores da região grafaram Umákürü, Uakiry, vocábulo do
dialeto Ipurinã. Há também a hipótese de Aquiri derivar de Yasi'ri, Ysi'ri, “água corrente, veloz”.
Na viagem que fez ao Rio Purus, em
1878, o colonizador João Gabriel de Carvalho Melo escreveu de lá ao comerciante
paraense visconde de Santo Elias, pedindo-lhe mercadorias destinadas à “boca do rio Aquiri”. Como em Belém, o
dono e os empregados do estabelecimento comercial não conseguissem entender a
letra de João Gabriel ou porque este, apressadamente, tivesse grafado Acri ou
Aqri, em vez de Aquiri, as mercadorias e faturas chegaram ao colonizador como
destinadas ao Rio Acre.
- Cronologia Histórica de Rio Branco
Fonte: www.riobranco.ac.gov.br
1882
- O vapor sobe o rio Acre e desembarca os Irmãos
Leite no seringal Bagaço. Neutel Maia decide ficar algumas milhas acima e no
dia 28 de dezembro funda o Seringal “Empreza”,
na volta do rio onde está situada a Gameleira. Depois o mesmo vapor ainda deixa
Manuel Damasceno Girão na foz do Xapuri, onde fundou o seringal Xapuri.
1902
- 18 de setembro: Primeiro Combate da
Volta da “Empreza” - vitória
boliviana.
- 5
a 15 de outubro: Segundo Combate da Volta da “Empreza”
- vitória acreana.
1903
- 4 de abril: Ocupação da “Empreza” por tropas brasileiras, sob o
comando do General Olympio da Silveira.
1903
- 13 de maio: O General Olympio da
Silveira proclama, em “Empreza”, o
término da Revolução Acreana.
1904
- 18 de agosto: Toma posse da Prefeitura
do Departamento do Alto Acre, o Coronel Raphael Augusto da Cunha Mattos.
- 22 de agosto: Instaladas a delegacia de
polícia e uma escola primária.
- 7 de setembro: Decreto Nº 7 - mudança
de Nome de “Empreza” para Vila Rio
Branco - provisoriamente sede do Governo da Prefeitura Departamental.
1908
- É criada a Comarca do Alto Acre - Cidade “Empreza” – Sede.
1909
- 13 de junho: Prefeito Gabino Besouro -
muda a sede do Departamento de “Empreza”
(atual 2º Distrito) para Penápolis (atual 1º Distrito).
1910
- 10 de agosto: Instalava-se em Penapólis
uma agência dos correios.
1912
- 3 de outubro: Por ato do Prefeito
Departamental Deocleciano Coelho de Souza Penápolis e “Empreza” passam a se chamar Rio Branco.
1913
- 7 de maio: É instalada uma estação de
Rádio Telegrafia, tirando os acreanos do isolamento total.
- 13 de junho: É criada uma nova
organização ao território, razão da qual é instalado oficialmente o Município
de Rio Branco.
1914
- 7 de janeiro: Primeiras eleições
municipais.
1915
- 1º de maio: É inaugurado o primeiro
grupo escolar da cidade.
1916
- 13 de maio: Inaugurado o serviço de luz
elétrica.
1920
- 1º de outubro: Território do Acre - extinção
do departamento e unificação dos municípios em torno de um só governo, Rio
Branco é escolhida a capital do Território do Acre.
1962
- 15 de junho: A Lei 4070 – eleva o
Território do Acre à categoria de Estado.
Fontes:
ANDRADE, Fernando Moretzsohn de; GUIMARÃES, André
Passos. ACRE. In: Enciclopédia Mirador Internacional. São Paulo: Encyclopædia
Britannica do Brasil Publicações, 1993.
MEIRA, Sílvio de Bastos. A Epopeia do Acre - Brasil -
Rio de Janeiro, 1961 - Ed. Record.
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