Mâncio Lima, AC
Hiram
Reis e Silva, Cruzeiro do Sul, Acre, 11 de dezembro de 2012.
Mais
uma vez contando com o apoio do Capitão Moura Comandante da Polícia Militar de
Cruzeiro do Sul fomos, desta feita, visitar a Aldeia Barão na Terra Indígena
Poyanawas, Município de Mâncio Lima, AC. O Sd PM Magnos Clayton R. Costa foi um
excelente guia, conhecedor da região e extremamente prestativo. Na Terra
Indígena notamos uma saudável miscigenação e a existência de belos roçados que
produzem, segundo os nativos, a melhor mandioca da Brasil.
Conheça
um pouco da história e costumes do Povo Poyanawas através da excelente
reportagem do repórter Leandro Altheman Lopes:
Dimanã
Êwê Yubabu: Floresta, Casa de Todos Nós
Visitamos o local onde são
realizados os “Jogos da Celebração”,
que, normalmente duram cinco dias e contam com a participação de
aproximadamente 400 indígenas, de quinze etnias do Estado com o objetivo de valorizar
a diversidade cultural e de procurar repassar para a sociedade acreana o
conhecimento ancestral de seus povos.
- Histórico de Mâncio Lima
Mâncio
Lima nasceu de um povoado denominado “Vila
Japiim”, elevada em 1913 pelo Capitão Regos Barros. Japiim pássaro de
plumagem preta e amarela muito comum na região do Vale do Juruá. (...) Só em 14
de maio de 1976 foi assinada a Lei nº 588, que elevou oficialmente Mâncio Lima
a categoria de município. Mas, apenas em 30 de maio de 1977 – Mâncio Lima
conquistou sua autonomia e emancipação com a posse do primeiro Prefeito.
O
município está localizado às margens direitas do Paraná Japiim, perfazendo uma
área de 5.451,1 Km2 que se estende a 30 Km da foz do Rio Moa, após
aproximadamente um quilômetro de restinga, na região Norte do Brasil, extremo
oeste da Amazônia e no ponto mais Ocidental do País. Limita-se com os
municípios de Cruzeiro do Sul e Rodrigues Alves e com a República do Peru. Está
diretamente ligado aos dois municípios, pela BR 364, totalmente pavimentada,
numa distância de 36 Km
de Cruzeiro do Sul e aproximadamente 30 Km de Rodrigues Alves, sendo também o mais
distante da Capital a 700 Km
de distância e seu acesso pode ser feito por via área e em alguns meses do ano
por via terrestre em precárias condições.
Mâncio
Lima conta ainda com o Parque Nacional da Serra do Divisor (PNSD) que é o
quarto maior parque nacional do país, possuindo uma área de aproximadamente
843.000 há. (...)
O
município de Mâncio Lima possui três reservas indígenas: a dos Poyanawas que
possui uma população de 403 pessoas, a língua falada é o Pano e sua extensão
por hectares é de 21.214 a
situação jurídica da mesma é declarada; os Nukinis possuem um população de 425
pessoas, a língua falada também é o Pano a sua extensão por hectares é de
27.264 e sua situação jurídica já está registrada; os Nauas, estão passando por
um processo de reconhecimento, já foi realizado um estudo por uma antropóloga e
o processo está sendo estudado, até então os mesmos não são reconhecidos como
índios Nauas. (...)
A
última contagem populacional realizada em 2007 pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatístico – IBGE mostra em Mâncio Lima uma população de 13.753 habitantes
residentes na área do município. (...)
O
município de Mâncio Lima desde os seus primórdios é agrícola. Tendo como
cultura a mandioca, milho, arroz e feijão..., com grande escala das áreas
exploradas (beneficiada), com a mandioca onde predomina a produção de farinha.
A
sede do município é atendida com energia elétrica, de fornecimento contínuo e
telefonia fixa e móvel. O município tem um potencial muito grande para o
artesanato local, sendo ainda deficiente por não contar de um apoio mais
aprofundado nesta área. (...)
Pensei, novamente, no lema de meu
velho amigo – Gen Ex Joaquim Silva e Luna – e parti para a ofensiva. Contatei
empresários e autoridades locais de modo a viabilizar a vinda dos caiaques e da
voadeira e o fornecimento de combustível para a equipe de apoio. Só depois
resolvi falar com o General Exército Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, Comandante Militar da
Amazônia (CMA), e o General de Divisão Jorge Ernesto Pinto Fraxe, Diretor do
Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT). Felizmente a experiência,
patriotismo e boa vontade destes dois grandes Generais, modelos de liderança de
nossa querida Força Terrestre, afastaram de vez as brumas que toldavam o
horizonte e pouco a pouco pude vislumbrar a “Terceira Margem”.
- Terceira Margem!
(6
de dezembro de 2012)
Nas tuas águas afogo meus desesperares, meus
desencantos, meus amores sofridos. No aconchegante embalo de tuas ondas
encontrei forças para perseverar e enfrentar minhas angústias e meu desânimo.
Tua imensidão me abraça e conforta, tuas tranquilas águas me acalmam e me
aproximam da Terceira Margem. Tuas águas revoltas mostram a rota da humildade
que devo seguir e a névoa que te cobre nas manhãs de inverno trazem sinais de
esperança nos horizontes que aos poucos se revelam. (Hiram Reis e Silva)
Os amantes das águas entenderão,
certamente, minhas palavras. Aqueles que as enfrentaram na tormenta ou sobre
elas deslizaram na calmaria sabem o quanto elas podem nos ensinar. Busquei
forças nelas para dar continuidade a meu desafio, para não esmorecer, pois
acredito na minha missão “auto-imposta”
de mostrar a realidade amazônica sem a visão distorcida dos pesquisadores,
ambientalistas, indigenistas e outros tantos teóricos de laboratório.
- 8ºBatalhão de Engenharia de Construção (8 º
BEC)
(7
de dezembro de 2012)
Há mais de dois anos, o 8º BEC tem
apoiado o Projeto Desafiando o Rio-mar. Desta feita o Tenente-Coronel Sérgio
Henrique Codelo além de transportar e colocar à disposição uma voadeira de
apoio permitiu que dois membros de seu Grupo Fluvial participassem da
Expedição. Às 13h30, de 7 de dezembro, desembarcaram em Cruzeiro do Sul os
valorosos nautas Mário Elder Guimarães Marinho e Marçal
Washington Barbosa Santos. Já comentei em artigo as qualidades destes dois
combatentes por isso, para abreviar o presente artigo, vou apenas
disponibilizar o link para aqueles que não ainda não o leram:
- Ponte
da União
A cidade tem diversos pontos
turísticos, mas o que mais nos chamou a atenção foi a Ponte da União. A ponte estaiada
do Juruá é maior ponte do Acre, com 550 metros de extensão e foi construída com recursos
dos Governos Estadual e Federal. Tendo em vista o Alto Juruá fazer parte de uma
região com alto índice de sismos a ponte é a única no Brasil que possui uma
estrutura preparada para suportar este abalos. A iluminação da ponte, projetada
pela arquiteta Jamile Torman, é refletida magicamente nas águas do Rio Juruá. A
bandeira do Acre fixada no marque central de 70 metros de altura
também recebeu uma iluminação especial.
O Rio Juruá adornado por esta joia
da engenharia ficou mais belo ainda encantando a todos com suas águas revoltas,
tortuosas e tumultuárias que fluem vigorosamente para a margem direita do
Solimões.
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