Moura / Velho Airão
“Há mais pessoas que desistem do que pessoas que fracassam”. (Henry Ford)
Acordamos às cinco horas e trinta minutos e aguardamos o apoio de viatura da Comissão de Aeroportos da Região Amazônica, sediada em Moura (COMARA). A viatura não apareceu e, novamente, tivemos que transportar todo o material da escola para as embarcações, acarretando um atraso de trinta minutos na partida.
- Partindo para o Velho Airão (13 de janeiro de 2010)
Continuei seguindo a rota da Companhia de Embarcações do Comando Militar da Amazônia (CECMA). A opção pela margem esquerda, além da velocidade, evitava o emaranhado de ilhas da Foz do Juá que dificultaria, em muito, a orientação, tendo em vista que a fotografia aérea era do período de secas. A equipe de apoio parou para o almoço em uma comunidade e fomos agraciados com uma piranha para complementar nosso almoço, já que o Osmarino havia pescado somente um peixe no percurso. Estávamos aguardando o peixe ficar pronto, quando um dos ribeirinhos alertou-nos que o ‘bonguinho’ estava se fazendo ao largo. O Osmarino embarcou no meu caiaque e trouxe de volta o barco fujão. Após o almoço, continuamos o percurso. Abandonei a rota do CECMA e contornei as ilhas, rumando direto para o Velho Airão. O Osmarino pescou três Tucunarés garantindo nosso jantar. Cheguei bastante cansado, por volta das dezesseis horas e trinta minutos, depois de remar quase dez horas consecutivas e não foi nada reconfortante me deparar com a altura do barranco do Velho Airão. Ao desembarcar, conheci dois moradores: o senhor Nakayama e o ‘Ceará’. Decidimos permanecer um dia na comunidade para poder fotografar, com a luz adequada, as ruínas e também petróglifos da foz do Jaú.
Petróglifos: do prefixo grego pétra - ‘rochedo, rocha’, com o sufixo grego glúphó - ‘esculpir, gravar’.
- Velho Airão e Foz do Jaú (14 de janeiro de 2010)
Acordei cedo e percorri as ruínas da ‘Rua Occidental’ e o cemitério para registrar algumas imagens. O estado de deterioração das ruínas e a violação dos túmulos são um nítido exemplo do pouco caso que as autoridades dão ao passado, à história de nosso povo. Depois de tomar um café na casa do amigo Ceará e visitar o pequeno museu que Nakayama guarda em sua casa fomos visitar a boca do Jaú. As inscrições, bem mais elaboradas que as da foz do rio Branco, chamam a atenção pela diversidade e detalhes. Tiramos uma série de fotos que, infelizmente, continuamos sem poder encaminhar daqui de Novo Airão, já que cada foto levaria mais de duas horas para fazer o upload. Nakayama e Ceará estão residindo na área há mais de quatro anos e nos contaram, com minúcias, as inúmeras visitas de pesquisadores à área. Visitamos a família de um ribeirinho cujas plantações e árvores frutíferas foram bastante castigadas pela cheia do ano passado.
- Velho Airão - Acampamento (15 de janeiro de 2010)
Programamos alcançar Novo Airão em dois dias e decidi que o maior esforço seria no primeiro, pois eu remaria das seis às quinze horas e acamparíamos onde tivesse um morador ou comunidade próxima. O dia chuvoso impediu a tomada de fotos e transcorreu praticamente sem novidades. Avistei, de longe, o local ideal de parada e rezei para que a equipe de apoio lá estivesse. Ao me aproximar, enxerguei o Teixeira acenando e me tranquilizei. Não estava em condições de remar mais cinco quilômetros até a próxima comunidade. O Osmarino havia pescado mais quatro tucunarés que foram degustados no nosso almoço/jantar.
- Acampamento - Novo Airão (16 de janeiro de 2010)
Mantivemos nossa rotina de horário para partir e novamente enfrentamos mal tempo durante quase todo o percurso. Encontrei a equipe de apoio a meio caminho e pedi ao Teixeira que se antecipasse para fazer os contatos em Novo Airão para que, quando lá chegasse, já estivesse tudo acertado. Aportei e fui recebido com uma garrafa de refrigerante gelada o que muito me animou.
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